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Inteligência artificial e a ameaça de desemprego: A filosofia estoica pode ter uma resposta.

Atualizado: 8 de mar. de 2022



Inteligência artificial: seu emprego está ameaçado?A inteligência artificial vai deslocar empregos, e de forma contraintuitiva, valorizar o que é mais humano. Mas é preciso acompanhar a tendência.


É possível conceituar que a Inteligência Artificial seja uma área do conhecimento, a das ciências da computação, em que tarefas são automatizadas. Nosso dia-a-dia já está repleto de IA: desde as buscas na internet, compras no comércio eletrônico, serviços bancários virtuais, até aplicativos encontros.


Nosso imaginário está cheio de figuras pitorescas sobre máquinas que "pensam", construídas pelos roteiros de Hollywood, como a franquia Exterminador do Futuro, ou A.I., de Spielberg. E já ficou até meio clichê contrariar esses simbolismos, mas diante de um quadro aparentemente apocalíptico que surgiu após a invasão da Ucrânia, é importante colocar a bola no chão e analisar em que medida as tecnologias se impõe e em qual aspecto somos nós, não as máquinas, o personagem principal, sujeito de nossa história.


Para isso, gostaria de recorrer à filosofia Estóica. Veja Epicteto:


De todas as coisas existentes algumas estão sob o nosso poder e outras não. Debaixo do nosso poder estão o pensamento, o impulso, a vontade de adquirir e a vontade de evitar e, numa palavra, tudo que resulta das nossas ações. As coisas que não estão sob nosso poder incluem o corpo, a propriedade, a reputação, o cargo e, numa palavra, tudo aquilo que não resulta das nossas ações. As coisas sob nosso poder são, por natureza, livres, não encontram obstáculos à sua frente, não são por nada limitadas: as coisas que não estão debaixo do nosso poder são fracas, servis, sujeitas a limitações, dependentes de outros fatores.

Então novas tecnologias são deliberadamente criadas. Efetivamente estão "debaixo do poder" daquele que fez a sua ideação, escreveu o código ou construiu um protótipo. Mas toda tecnologia é colocada à prova ao conseguir ou não adesão de adotantes.


As novas tecnologias lidam com o imponderável desde o nascedouro.


Talvez muitos se lembrem do Laser Disc, o precursor do DVD. Um aparelho caríssimo que usava um CD enorme para rodar filmes. Mas por que não deu certo? Por que os aparelhos e discos eram caros demais? Talvez. Mas esse é só o sintoma do insucesso.


Desde muito cedo a "guerra dos formatos" sepultou mídias e tecnologias ao longo das décadas, o LaserDisc padeceu nesse contexto. Você que tem acima de 35 anos, comece a pensar em todas as mídias que já utilizou.


A tecnologia do LaserDisc poderia ter ficado para trás também por outros inúmeros aspectos, desta vez, completamente fora do controle (ou do poder) de quem a projetou ou empreendeu.


Para os que são da área de inovação, essa curva é bem conhecida:


Olha aí o abismo: o Chasm. O buraco é o imponderável. Uma vez a tecnologia tendo cruzado o reino de Hades, atravessado o rio Estige e finalmente resistido à morte, ela deixa de ser da dimensão que está abaixo de nosso poder e ganha vida própria. Significa dizer que ela foi adotada por um grande número de pessoas e adquiriu massa crítica de uso para se tornar parte da vida de todos, ou seja, transformou-se em um novo contexto. Até que uma nova tecnologia a substitua, tendo também passado pela prova de conceito e sobrevivido.


O imponderável está nas infinitas variáveis não colocadas no cálculo, dentre elas, a interação humana e seu contexto.


Voltando à guerra. O plano da Rússia era perfeito no papel. Até que os tanques começaram a atolar, a população resistir e um comediante se tornar um personagem central de liderança. Os especialistas em estratégia militar falam que o imponderável, com suas eventuais fricções, pode fazer o melhor plano cair. Qual roteirista de Hollywood poderia escrever uma história assim?


Tanque Russo atolando em solo ucraniano.


Do mesmo jeito que um plano não sobrevive ao primeiro imprevisto, a guerra, novas tecnologias, e tudo que interage com a natureza e o ser humano tem o potencial para falhar ou prosperar.

Com a inteligência artificial não é diferente. Ela deixou de ser um projeto, que estava debaixo do poder de quem a concretizou, para ganhar dimensão contextual, depois de sua ampla adoção. Já saiu do controle de quem a desenvolveu: não pelos motivos que o cinema costuma mostrar nos filmes.


A Inteligência Artificial ganha vida própria?


Sim, como toda tecnologia. Mas não é porque ela conseguiria pensar e criar novas versões de si mesma. Pense num computador ou num robô, quantos você viu criar outros indivíduos iguais ou melhorados a partir de si mesmos?


Mas se é uma tecnologia que "pensa", então, ela poderia fazer isso, certo?


Daí voltemos ao estoicismo. A inteligência artificial enquanto contexto, permanece fora de nosso controle. Mas como ferramenta, está abaixo de nosso poder.


Significa dizer que para todo trabalho repetitivo, monótono ou que exige um processamento de milhões de dados e a relação entre eles, a tecnologia será amplamente empregada. É mais barata que a mão-de-obra humana, é escalável como nenhuma outra. Isso está fora de nosso poder.


Quer dizer que para o trabalho que nos desumaniza, que nos desmotiva, que nos faz acharmos desperdiçados em nosso pleno potencial, a IA é perfeita. Se você sente que está só "apertando parafusos" ou que deveria estar progredindo muito mais na carreira, mas ficou estagnado, talvez não seja só porque o colega mais puxa-saco ocupou o lugar que poderia ser o seu. Isso pode até ser um fator, já que ele está usando um aspecto humano, iminentemente relacional, para chegar em seu objetivo, mesmo que haja uma avaliação moral negativa.


Assim pergunto: até onde você só quer repetir a mesma tarefa? Ficar das 8h às 18 fazendo o mesmo, diariamente, esquecendo-se dos aspectos que precisaria desenvolver, mas que ficaram para depois, já que estavam fora da sua zona de conforto?


O que está debaixo de seu poder precisa ganhar amplitude


O desafio das novas tecnologias sendo adotadas no contexto do trabalho não é o aspecto imponderável das "máquinas que dominam o mundo". Mas sim do quanto esse imponderável irá lhe forçar a desenvolver o melhor de seu potencial. Da criatividade, do empreendedorismo, do conhecimento, da solidariedade, da beleza, da emoção, da consciência, da espiritualidade, da atitude, da coragem, do amor ou da racionalidade.


A automação de tarefas nos convida a sermos mais humanos. E conseguir perceber o quanto podemos ir muito além como indivíduos é que vai garantir o emprego (ou trabalho) do futuro.

As máquinas só vão tomar seu emprego se você deixar. Isso sim está embaixo de seu poder.


P.S.:


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