
Muito se fala da precarização do trabalho causada pelas plataformas digitais. Alguns pontos são importantes para considerar uma mudança de chave para a prosperidade no mundo do trabalho.
Neste artigo gostaria de levantar alguns breves pontos acerca do tema.
Há alguns anos, em uma viagem, percebi que muitos dos motoristas de Uber com quem conversei eram profissionais de nível superior ou tinham cargo de gestão. Fiquei me perguntando sobre o porquê desses profissionais ao invés de realizarem uma transição fazendo o que sabem, acabaram se tornando motoristas. E mais. Por que não consideravam empreender dentro de suas competências.
Foi assim que nasceu o Kolabe. Nossa plataforma tem a missão de tornar esses muitos profissionais que perdem seus empregos, em autônomos que possam sobreviver e prosperar daquilo que sabem fazer. Senão para sempre, ao menos durante uma transição de carreira.
Percebemos também que a chave da prosperidade é o trabalho, seja ele remunerado ou não. A tudo isso chamamos colaboração.
Nossa tese é de que quando você faz um trabalho voluntário, disponibilizando sua expertise para outras pessoas, mais gente fica te conhecendo. E você cria uma marca pessoal através da hora técnica de alto nível que doou para alguém. Basicamente o networking profissional é feito por relações pessoais ou dentro das empresas. O que propomos é um networking que se baseie em ganho de capital relacional. Mais gente te conhece pelo seu talento e vai te chamar para mais coisas, seja um outro emprego ou negócio.
Voluntariado constrói capital relacional
Como já tenho dito em outros artigos, o objetivo do voluntariado está no que o Saiia, Carroll e Buchholtz chamaram, para as empresas, de filantropia estratégica. É um movimento de ganha-ganha, com recompensas para ambos os lados.
Para construir um hábito, é preciso uma recompensa. O hábito que queremos ajudar a criar, por meio de uma tecnologia social, é o de ajudar outras pessoas. A recompensa é o trabalho e a renda.
Durante a fase de ideação da plataforma, pensamos: o que mais as pessoas poderiam querer no Brasil (e podemos pensar no mundo)?: renda. Na época eram 12 milhões de desempregados. Isso foi antes da pandemia. E ela fez com que nossa proposta de valor tivesse ainda mais sentido.
Precarização do trabalho
Muito se fala sobre o quanto as plataformas da Gig Economy podem precarizar o trabalho. Minha visão é de que o Brasil tem vocação para o empreendedorismo. Mas para gerar valor para a economia é preciso que o empreendedorismo deixe de ser de necessidade para se tornar o de oportunidade. Claro que bolos e quitutes podem se transformar em um negócio altamente lucrativo. Mas quanto talento pode estar desperdiçado dentro de um carro ou em cima de uma moto? Quanto desse expertise não pode virar negócio? Essas novas empresas é que irão ajudar o país a crescer.
Algumas autoridades têm minimizando a importância da educação superior por que há muita gente formada dirigindo uber. É preciso muitas cabeças para desenvolver patentes, ajudar outras empresas a crescerem, desenvolver novos produtos, inovação, tecnologia, processos, e assim ir muito além da produção de commodities. Isso passa pela qualificação de nível superior e educação empreendedora.
Nossa plataforma pretende ser o lugar para que gente empreendedora se encontre, se ajude e agregue valor em rede. Abaixo apresento um vídeo explicando as funções básicas da plataforma Kolabe, com um convite para você fazer parte desse movimento.
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